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Identificação e sugestão automática de imóveis relevantes

1. Entrada de requisitos do cliente

Os requisitos são recolhidos via: formulários web, chatbots, questionários, conversas com agentes ou integração com dados de terceiros (por ex. perfil social, histórico de pesquisas). Deve incluir campos standardizados como:

  • Localização (cidade, bairro, raio em km)
  • Orçamento (mín / máximo)
  • Tipologia (T0, T1, T2, moradia, comercial)
  • Área (m²), número de quartos, casas de banho
  • Amenidades (garagem, elevador, varanda, jardim, piscina)
  • Prioridade (urgência, flexibilidade de localização)

2. Normalização e enriquecimento dos dados

Antes de comparar, normalizamos dados (formatos de preço, geocodificação de endereços, sinónimos: “T2” vs “2 quartos”). Após normalização, enriquecemos a base com dados externos:

  • Geolocalização (distância a transportes, escolas)
  • Dados de mercado (preço/m² médio por zona)
  • Histórico de anúncios (tempo no mercado, flutuação de preço)

3. Algoritmos de pontuação

O motor de correspondência aplica um ranking com pesos atribuídos a cada critério. Exemplos de técnicas:

  • Regras simples ponderadas (soma ponderada de critérios).
  • Modelos de machine learning (ranking learning-to-rank — LambdaRank, XGBoost).
  • Sistemas híbridos: matching semântico com embeddings (BERT) + regras comerciais.
Exemplo de pontuação simples (ilustrativo):
Score = 0.4*Localização + 0.25*Orçamento + 0.15*Tipologia + 0.1*Amenidades + 0.1*Urgência

4. Filtragem, ranking e explicabilidade

Depois do cálculo, aplicam-se filtros (ex.: excluir imóveis já alugados) e apresenta-se um ranking. As recomendações devem incluir explicações curtas — por exemplo: “Este imóvel tem 95% de compatibilidade porque está a 1 km da escola X e encaixa no orçamento.” — isso aumenta confiança do cliente e da equipa.

5. Entrega e follow-up automatizado

As sugestões são entregues por:

  • Email com lista personalizada
  • Notificação na app / portal do cliente
  • Mensagem automática via WhatsApp ou SMS
  • Resumo no painel do agente (CRM) com prioridades

Fluxos de follow-up automáticos (nurturing) adaptam-se ao feedback do cliente — por ex.: marcar visitas para imóveis com score elevado ou enviar alternativas quando o cliente rejeita.

Casos de uso práticos

Cliente A — comprador com limite rígido de orçamento

Requisitos: T2, Lisboa centro, orçamento ≤ 250.000€, prioriza proximidade ao trabalho.

  1. Sistema filtra imóveis até 250k em Lisboa.
  2. Pontua por distância a local de trabalho (via geocoding).
  3. Envia top 5 por e-mail com mapa e explicação do ranking.

Cliente B — arrendatário flexível na localização

Requisitos: T1-T2, orçamento médio, prefere zonas com boa vida noturna.

  1. Sistema usa embeddings para mapear “vida noturna” para bairros com bares e transportes.
  2. Inclui métricas locais (ruído, densidade comercial).
  3. Oferece tour virtual para os imóveis mais bem classificados.

Boas práticas de implementação

  • Campos padronizados: evitar textos livres onde possível; usar picklists e geocoding.
  • Regra de “filtro humano”: permitir que agentes ajustem pesos e vejam resultados em tempo real.
  • Explicabilidade: cada recomendação deve mostrar por que foi dada (transparência).
  • Feedback em loop: registar as reacções do cliente (gostou/não gostou) para treinar modelos.
  • Privacidade e consentimento: gerir dados pessoais segundo RGPD; registar consentimento para comunicações.

Métricas que deve medir

Métrica Descrição Meta sugerida
Taxa de Conversão de Leads Percentagem de leads que vão a visita/contrato +15% vs processo manual
Tempo Médio de Match Tempo desde pedido do cliente até envio das sugestões < 1h (ideal: minutos)
Precisão do Top-3 % de top-3 sugestões aceites/visitadas > 60%
Feedback Positivo Percentagem de clientes que classificam as sugestões como relevantes > 70%

Exemplo de políticas de pesos (ponto de partida)

Um mapa de pesos inicial — ajustar com base em dados reais:

  • Localização: 35%
  • Preço/Orçamento: 25%
  • Tipologia/Áreas: 20%
  • Amenidades: 10%
  • Urgência / Preferência do Cliente: 10%

Erros comuns e como evitá-los

  • Dados desatualizados: sincronizar com portais (Idealista, Imovirtual, OLX) e CRM para evitar recomendar imóveis já vendidos.
  • Sobreajuste a histórico: não confundir tendências passadas com preferências actuais; usar feedback em tempo real.
  • Ignorar explicabilidade: recomendações sem justificativa reduzem confiança do agente e do cliente.
  • Falta de personalização: usar perfil do cliente (ex.: famílias vs estudantes) para adaptar prioridade de critérios.

Conclusão

A correspondência automática de imóveis, suportada por IA e dados integrados, é uma das ferramentas mais poderosas que uma agência pode adoptar para aumentar eficiência, personalizar o serviço e melhorar conversões. O sucesso depende de dados de qualidade, um motor de ranking bem desenhado, explicabilidade nas sugestões e um ciclo de feedback contínuo.

Se quiser, na próxima etapa podemos:

  • Desenhar um PoC técnico com amostra de dados da sua agência.
  • Fornecer um mockup do dashboard de matching.
  • Criar templates automatizados e sequências de follow-up.

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